FEBRE AFTOSA- PROBLEMA NUM FUTURO PRÓXIMO?

FEBRE AFTOSA-Descrição da doença

 

 

FEBRE AFTOSA

A febre aftosa é uma das doenças mais contagiosas dos bovinos, ovinos, caprinos e suínos, afeta todas as espécies de biungulados tanto domésticos como selvagens. A febre aftosa caracteriza-se pela formação de vesículas na boca, língua, tetos e nas patas. A taxa de morbilidade da FA é elevada mas taxa de mortalidade é baixa nos adultos mas frequentemente elevada nos animais jovens, devido a miocardite. Os animais que recuperam podem tornar-se portadores por um longo período de tempo.

Agente causal

A febre aftosa é causa por um vírus do género Aphtovirus. Existem sete serotipos distintos: O, A, C, SAT1, SAT2; SAT 3 e Ásia 1. A infeção ou a vacinação com qualquer um dos serotipos não confere imunidade contra os outros serotipos

Sobrevivência do vírus da febre aftosa

  • Solo: no inverno 28 dias e no verão 3 dias
  • Fezes secas:14 dias
  • Chorume: no inverno 6 meses
  • Palha e feno: 20 semanas
  • Em edifícios contaminados: 1 ano
  • Em roupa e rações: Até 3 meses
  • Pêlos/peles: 1 mês
  • Sémen congelado (-79 o C): 1 mês
  • Ossos não cozinhados: infeciosos por longos períodos (especialmente em congelações rápidas)
  • Carne maturada: não persiste devido à diminuição do pH
  • Gânglios linfáticos, medula óssea: 120 dias a 4 o C
  • Leite: 20 min à temperatura da pasteurização e 2,5 segundos a 148 o C

 

Inativação do vírus da FA

  • Variações de ph: sensível é rapidamente inativado por pH <6,0 ou> 9,0.
  • Progressivamente inativado por temperaturas acima dos 50 ° C. Aquecer a carne a uma temperatura interna mínima de 70 ° C por pelo menos 30 minutos inativa o vírus
  • Leite: 20 min à temperatura da pasteurização e 2,5 segundos a 148 o C

Desinfetantes aprovados pela DGAV para a eliminação do vírus da febre aftosa após limpeza cuidadosa

 

Hospedeiros

  1. Afeta todas as espécies de biungulados tanto domésticos (bovinos, ovinos caprinos e suínos) como selvagens (Cervídeos, muflões e javalis).
    1. Os suínos são considerados como importantes hospedeiros amplificadores devido à sua capacidade de excretar grandes quantidades de vírus quando infetados.

Os animais portadores são aqueles em que o vírus da febre aftosa persiste na orofaringe por mais de 28 dias e são os seguintes:

– Bovinos até 3, 5 anos

– Ovinos até 9 meses

 – Os suídeos como os suínos e javalis não ficam portadores do vírus da febre aftosa.

 

Transmissão

•Por contato direto entre os animais infetados e os susceptiveis;

•Por contacto indireto por vetores vivos e inanimados, incluindo alimentos para animais, camas, equipamentos, veículos, roupas que estiveram em contato com secreções e excreções contaminadas (saliva, leite, fezes e urina) de animais infetados

•Pela alimentação com restos de comida, como restos de carne, produtos animais (leite e seus derivados, tripas, couro, peles, trofeus de caça, etc) de animais infetados com o vírus da FA.

•Por disseminação pelo vento, sendo necessárias determinadas condições climáticas como sejam velocidade do vento lenta e de constante orientação, humidade relativa elevada (60%), luz solar fraca e ausência de chuva intensa.

Período de incubação

•Pode variar entre 1 a 14 dias.

•O período de incubação mais provável é entre 2 a 5 dias

 

Diagnóstico clínico

Sinais clínicos e lesões

 

 

Diagnóstico laboratorial

O diagnóstico clínico tem que ser diferenciado pelo diagnóstico laboratorial, pois existem outras doenças com sinais clínicos semelhantes aos da FA.O laboratório nacional de referência é o INIAV, I.P.

Vacinação

O uso de vacinas convencionais protege os animais da doença mas não previne a infeção e consequentemente o estado de portador. A Comunidade Europeia adotou desde 1990 a política de proibição da vacinação profilática contra a Febre Aftosa.

 



 

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